Thursday, February 22, 2007

Resposta à CRISTIANA MENDONÇA

Colega,
Voce recebeu aquela resposta ao seu email que voce enviou pelo hotmail? Aquela sobre o Len.
Pode publicar no blog tambem. Esqueci de salvar e no hotmail a gente nao consegue recuperar quando nao salva na hora. Me de uma resposta. Essa resposta abaixo tambem e para o blog.
Vamos ficar famosas internacionalmente como blogueiras!!!!!!!!!!!
FORTALEZA, LUZ & PAZ



Myosha---------- Forwarded message ----------From: Filomena Bomfim <myosha@gmail.com>Date: 23/11/2006 19:46 Subject: Re: Oi Filo...To: Cristiane Mendonça <crica1912@yahoo.com.br>
Oi menina!

Como vai voce? Estou melhor, gracas a Deus! Principalmente depois de ver o seu email. Voce nem imagina com e bom a gente ser lembrado quando se esta a milhares de quilometros de distancia! E como receber um abraco. E isso aqui nao existe, sabe. As pessoas tem aquele estilo "cool".
Felizmente, o Julio (um ex-aluno da Ir. Carmem, la de Piumhi) tem me dado apoio incondicional. Alem disso, a questao da temperatura influi no humor da gente, nao e brincadeira nao. Aqui eles contam que a incidencia de divorcios e suicidios aumenta no inverno que pode durar ate sete meses. A primavera e bem curta e o verao mais ainda. Dei sorte de ter chegado no final do verao. Assim pude acompanhar a evolucao do clima em direcao `as baixas temperaturas. Esta semana esta magnifica! Apesar de os termometros estarem variando entre 5 e 8 graus positivos, os dias estao ensolarados, o que e raro aqui. Ai todo mundo vai para as pracas, cheios dos casacos. Hoje fiz uma loucura. Peguei meu texto e fui ler na Queen's Square fiquei tao absorvida que nao percebi o tempo passar. So que quando fui levantar meu pes e maos estavam gelados. Tive que correr para casa (que e pertinho) para tomar um cha quente, porque senao a gente pode pegar uma (flu=gripe tipo infeccao) e ir parar no hospital.
Como ja percebi que meus horarios de alimentacao podem variar bastante devido `as entrevistas e leituras, videos e tudo o mais, quando sai de casa pela manha levo na mochila frutas e um suco de legumes organicos (= sem agrotoxicos, quem dera!) e um sanduiche de cenoura, alface e/ou coisa parecida. Prefiro cozinhar. Fica mais barato e os meios de comunicacao estao estimulando as pessoas a cozinharem em casa devido `as altas taxas de elementos quimicos adicionados `as comidas que sao vendidas nos restaurantes em geral.
Aqui tem uma tal de CBC (Canadian Broadcasting Corporation) que funciona como a CBN (Brasil) e/ou a BBC (Londres). Hoje quando fui tomar o cha la em casa, ouvi uma entrevista com uma Deputada que esta preocupada com o assunto e ligando as altas taxas de quimicos `a difusao alarmante do cancer aqui. Isso e obvio e claro. Mas o problema e muito maior porque mesmo quando a gente cozinha em casa aqui, os legumes e frutas v^em do Brasil ou, no minimo, da America Central. Para que cheguem aqui em bom estado, os conservantes sao utilizados em altissima escala. Entao a questao da qualidade de vida aqui - uma das mais altas de todo o planeta - e bastante relativa.
E maravilhosos poder assistir a todos os ultimos lancamentos cinematograficos, visitar museus de tudo o que ha, assistir a concertos de graca (todas as tercas-feiras `as 12:15, praticamente em frente `a minha casa, na Escola de Musica da Utoronto)! Mas para isso voce tem que estar disposto a morrer de cancer! E complicado minha amiga. Estou aproveitando o mais que posso os eventos culturais. Pago meia na maior parte deles e os museus sao de graca na quarta-feira.
Importantissimo: nao deixe de assistir dois filmes que ja devem ter chegado `as capitais brasileiras, Babel e Fast Food Nation (tem coco na carne no hamburguer do McDonald's). Assista para voce conferir como e por que isso acontece. Vou ate publicar um artigo nos jornais daqui sobre o Babel que tem muita coisa em comum com o pensamento do McLuhan (o pesquisador que vim estudar aqui).
Escreva sempre. Nao me abandone. Mande este email para as outras tres safadinhas! Preciso de colinho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fica com Deus e reze por mim!
Filomena Bomfim
2006/11/23, Cristiane Mendonça <crica1912@yahoo.com.br>:
Ei Filo...

Como vai? Já passou aquela tristeza ... A saudade não passa né, mas sentimentos assim têm que passar! Eu estou bem... Adaptando a nova vida sabe? Tem hora que gosto, tem hora que não, mas acho que é normal!
Olha, li um artigo na revista Época dessa semana e me lembrei de vc... Até grafei a parte que eu mais gostei... Lembrei tbm do livro de Castells ..hehehe Não sei se você leu, mas caso não, dê uma olhadinha... Fiquei lembrando qdo vc dizia sobre a diferença das pesquisas na área de comunicação e em outras áreas como engenharia, por exemplo... Os resultados palpáveis de uma e outra pesquisa.

Fica com Deus...
Beijos e saudade,
Cris

O crescimento certo
ESPECIAIS
Blog "Sua Bússola Digital", do colunista Ricardo Neves

Lá vem de novo o debate sobre crescimento. Como sempre, a miopia dos economistas continua confundindo crescimento do PIB com desenvolvimento. Desta vez, a conversa é que o Brasil cresce a 2%. Dizem que isso é muito pouco, pois o mundo, na média, está crescendo aí por volta dos 5%. A celeuma impede que se entenda que a verdadeira questão estratégica diz respeito à qualidade do desenvolvimento.
No contexto dessa discussão inicia-se Lula, Parte II, filme que aparenta ser uma volta ao passado. Pior que isso é a fina flor de nossa elite empresarial, que resolve secundar o governo, ainda achar que a conquista do desenvolvimento se faz com macroprojetos de expansão agroindustrial e de logística financiados pelo BNDES. Cogita-se espanar a naftalina do Delfim e dar a ele um ministério. Só falta trazer de volta o Eliezer Batista com aqueles papos de logística "Brasil Grande" para transformar o país em um corredor de commodities agrícolas, extrativistas e manufaturadas. Tudo isso é mais do mesmo. De 30 anos atrás.
Essa rapaziada continua achando que desenvolvimento se faz com a modernização dos setores primário (agribusiness, minério e petróleo) e secundário (produtos industrializados). Poucos conseguem ver que modernização da economia no século XXI é o crescimento dos setores quaternário (tecnologia de informação e atividades de alto valor agregado em termos de conhecimento intelectual) e quinário (que inclui o mais alto nível de inovação, conhecimento e criatividade, incluindo aí internet web 2.0, modas, design, universidades, serviços de saúde high-tech, mídia, robótica, biotecnologia, engenharia genética, nanotecnologia, entretenimento etc.).
A Unesco, órgão das Nações Unidas para Educação e Cultura, confirma em relatório recente que, nesta nova concepção de desenvolvimento, a guerra pelos talentos é um dos mais importantes desafios. Mais que macroprojetos e guerra fiscal para atrair fábricas, siderúrgicas, refinarias e outras indústrias típicas do século XX. Por esse relatório ficamos sabendo que hoje existem quase 10 milhões de pessoas altamente qualificadas trabalhando em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no planeta. Nos Estados Unidos, está 1,4 milhão. Aproximadamente 3 milhões atuam na União Européia. Destes, 664 mil estão na Alemanha, 415 mil na França e 200 mil na Inglaterra. Na Ásia, existem 4,5 milhões desses trabalhadores qualificados. O Japão tem 1,1 milhão deles. A China, outro 1,1 milhão. A celebrada Índia tem 400 mil. Já o Brasil, em comparação, tem apenas 130 mil.
O relatório da Unesco mostra ainda a evolução desse número nos últimos dez anos para vários dos países analisados. A dinâmica é contundente: os EUA e a China são os maiores formadores e atratores de talentos. A China assusta: sua lista cresceu em 300 mil pessoas em oito anos. Os países do antigo Leste Europeu estão perdendo cérebros. Eles preferem viver nos EUA ou em outros países da União Européia. Em termos porcentuais, a grande campeã em formar e atrair talentos é a Espanha. Praticamente duplicou seu número em sete anos. Portugal também está fazendo bonito. No mesmo período, elevou em 50% sua força de trabalho inovadora.
No Brasil precisamos pelo menos duplicar rapidamente o número de talentos em pesquisa e desenvolvimento e inverter a tendência que nos faz perder quase 16 mil talentos por ano para o exterior. Mais que isso: precisamos fomentar uma cultura baseada na inovação e no empreendedorismo. E apostar menos no modelo de macroprojetos agroextrativista-industriais. Precisamos de menos BNDES e mais capital de risco.
O sonho do "Brasil Grande" passou. Precisamos de inovação e empreendedorismo. Menos BNDES e maiscapital de risco.
Se for para citar como referência um nome que seja reconhecido e tradicional do passado, mas que tenha conseguido se atualizar, que seja Ozires Silva, um dos fundadores da Embraer. Agora, aos 75 anos, o ex-ministro e ex-presidente da Petrobras, percebendo que os novos tempos exigem novas respostas, resolveu se reinventar mais uma vez. Com essa idade foi fazer o mesmo que jovens empreendedores dos EUA fazem quando querem criar empresas inovadoras do século XXI: foi bater na porta de capitalistas de risco para viabilizar o projeto de uma nova empresa de bioengenharia. Essa sua empreitada, que já está dando lucros para seus investidores, é uma aposta tão visionária quanto foi a Embraer nos anos 60. É a Pele Nova, uma empresa de biotecnologia que já está lançando uma pele artificial para tratamento médico.
O comandante espanhol Hernando Cortez, ao desembarcar no México, mandou queimar as caravelas que trouxeram seu Exército de modo a deixar claro para seus comandados que não havia outro caminho para a sobrevivência a não ser a infame e cruel vitória sobre os astecas. Podemos ser mais virtuosos que Cortez, mas é nossa hora de queimar as caravelas da Velha Economia que impedem que o Brasil navegue no rumo certo da Sociedade Digital Global.

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